Estrutura

Mais uma vez, buracos tomam conta do Laranjal

Julho chuvoso deixou ruas alagadas e difíceis de transitar; moradores têm que enfrentar muita água para entrar e sair de casa

Carlos Queiroz -

A dura realidade de buracos e água das chuvas segue cobrindo as ruas do bairro do Laranjal. Apesar da demanda dos moradores vir de décadas, é comum ver nos dias seguintes à chuva carros desviando por cima de calçadas e pedestres precisando traçar com cuidado suas rotas para evitar passar por verdadeiras lagoas que ocupam a extensão das vias.

Julho foi um mês chuvoso. Segundo a meteorologista Gilsane Costa Pinheiro, do Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas da Universidade Federal de Pelotas (Cppmet - UFPel), a média costuma de ser 126 milímetros, mas até esta segunda-feira (30) já havia registrado 289,5 mm. Mesmo assim, alguns moradores afirmam que a demanda é antiga e vai muito além de invernos com precipitações acima da média.

Há mais de três décadas Mário Assunção vive com a mãe, de 82 anos de idade, na esquina das ruas Novo Hamburgo com Montenegro. Do lado de dentro, o esgoto apresenta problemas há, pelo menos, 12 anos. Do lado de fora, a rua, mais alta devido aos aterramentos. Uma taipa foi feita por ele para tentar bloquear a entrada de água e diminuir os constantes alagamentos do lar. "Qualquer chuvinha deixa assim", lamenta, enquanto equilibra-se sobre a proteção feita com as próprias mãos em 2005.

Para resolver a questão, até um processo judicial contra a administração pública ele afirma ter feito. De um lado, acusações de ter casa abaixo do nível da via, como relatou o titular da Secretaria de Serviços Urbanos e Infraestrutura (Ssui), Jeferson Dutra, à reportagem. De outro, ele garante que a via foi levantada com o passar dos anos e deixou sua propriedade e a de vizinhos ainda mais sujeita aos alagamentos.

Seu pátio enche de esgoto e uma bomba hidráulica foi instalada para jogar para a rua a água. "Vocês não sabem o que a gente sofre aqui", lamenta. Durante as chuvas das últimas semanas, ele garante ter passado noites em claro vigiando para ver se a casa não estava sendo novamente tomada pela água. Segundo o diretor-presidente do Sanep, Alexandre Garcia, a área ainda não possui rede de esgoto. Ela tem um projeto, mas a empresa licitada abandonou a obra e as casas precisam de fossa séptica e sumidouro para lidar com os dejetos. Ele prometeu verificar a situação, mas se os alagamentos forem causados principalmente pela chuva, o Sanep não seria o responsável.

Outras áreas também sofrem
Na esquina com a avenida Espírito Santo, a rua Bagé é intransitável. Coberta de lado a lado com água, a maioria das casas é de veraneio e está desocupada. Porém Jean Nunes Martins mora em uma delas. Durante todo o inverno, alega ser impossível sair a pé. Precisa ir ou de carro ou pendurando-se na grade do vizinho ao lado. "É o caos", define. Segundo ele, tudo piorou quando as obras na avenida começaram e, elevando o nível dela, fez toda a água da chuva escoar para a via adjacente.

Em áreas como o Pontal da Barra, o Santo Antônio e o Balneário dos Prazeres, os buracos também tomaram conta das ruas. Neste último, na avenida Pernambuco, o morador Ildebrandi Rodrigues relatou que o buraco na frente de sua casa resiste há, pelo menos, oito anos. Segundo ele, alguns carros até já quebraram devido a isso. Na janela de sua casa, há uma placa pendurada, antes parte de algum veículo que em um dia de chuva perdeu a sua na água. Segundo ele, já houve rumores sobre asfaltamento da via, nunca concretizados. "Nem aterro botam, quem dirá asfalto", indigna-se.

Linhas com desvio
Na última sexta-feira, o Consórcio do Transporte Coletivo de Pelotas (CTCP) publicou uma nota em seu site, definindo a mudança na rota dos ônibus que circulam na avenida Senador Joaquim Augusto Assunção, devido às más condições da via. "As linhas que entram no segundo trevo, estão descendo pela avenida José Maria da Fontoura, a avenida Dr. Antônio Augusto Joaquim Assunção, a avenida Rio Grande do Sul, a rua Santo Ângelo, a rua Lajeado, a avenida Senador Joaquim Augusto Assunção, a rua Gramado, e segue seu itinerário normalmente. As linhas que entram pelo primeiro trevo, fazem o sentido inverso", explica a publicação.

Resposta da prefeitura
O secretário de Serviços Urbanos e Infraestrutura (Ssui), Jeferson Dutra, diz que a prioridade são as vias por onde circula o transporte público. Após, as vias adjacentes também serão arrumadas. Ele salientou que, para um bom patrolamento, as ruas devem estar secas e as chuvas de julho impediram o trabalho de ser feito de maneira adequada.

Quanto à questão na rua Bagé, ele diz ainda depender das obras da Espírito Santo, em andamento, e coordenadas por outra secretaria. Com relação ao Balneário dos Prazeres remete que, em janeiro, 2,5 mil metros cúbicos de saibro foram espalhados pelo Laranjal.

 

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